Arthur Friedenreich: conheça o atleta negro que foi o 1º craque brasileiro

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Alô, Comunidade! Primeiro homem negro a jogar futebol profissionalmente no Brasil e a se tornar um craque do esporte no país, Arthur Friedenreich é o homenageado desta terça-feira (18) pelo Doodle do Google.

Neste dia, em 1892 — apenas quatro anos após a abolição da escravidão no Brasil — ele nasceu em São Paulo, filho de um imigrante alemão e uma empregada doméstica negra.

Conforme explica o Google Discovery, na época, o futebol era “predominantemente disponível apenas para jogadores brancos”. Contudo, por causa de seu pai branco que tinha conexão com um clube de futebol para imigrantes alemães, Friedenreich conseguiu se envolver no esporte.

Atropelado pelo futebol

Alto e forte, o rapaz negro de olhos verdes demonstrava desde pequeno interesse pela bola na várzea da capital paulista. O ingresso dele na modalidade, no entanto, aconteceu por conta de um acidente, conforme detalhado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Durante uma partida na rua, o jovem foi atropelado. Por sorte, só sofreu arranhões. Seu pai, Oscar, pensando em evitar um novo incidente, matriculou o filho no clube Germânia. Assim o rapaz teve seu primeiro “contato oficial” com o futebol.

Aos 17 anos de idade, ele estreou no SC Germânia e impressionou o público imediatamente com suas habilidades de dribles. Após trocas de clubes de futebol, em apenas quatro temporadas, ele se tornou o artilheiro da liga de São Paulo com 16 gols – e se tornaria ainda o artilheiro da Liga Paulista mais sete vezes.

O tigre da seleção

Arthur Friedenreich disputou o primeiro jogo da história da Seleção Brasileira, diante do Exceter, da Inglaterra, em 1914. Ele perdeu seus dois dentes da frente depois de uma entrada dura, terminando o jogo mesmo assim. O episódio lhe rendeu o apelido de “El Tigre” por seu espírito de luta, dedicação e agilidade.

O jogador conquistou a idolatria nacional cinco anos depois. Grande craque do Brasil no Sul-Americano de 1919, disputado no Estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro (RJ), “El Tigre” marcou quatro gols, e fez o golaço da grande decisão com o Uruguai, na prorrogação da partida, que garantiu o primeiro grande título da seleção brasileira no futebol.

Friedenreich jogou três partidas pela seleção, tornando-se o primeiro a marcar um hat-trick (três gols em um único jogo) na Copa América.

Racismo em campo

Por conta do racismo, Friedenreich chegou a alisar os cabelos e passar pó em sua pele antes dos jogos para parecer mais europeu. Apesar de seu talento como jogador, o preconceito racial fez com que, em 1921, ele ficasse de fora da disputa do torneio mais importante do ano: o Campeonato Sul-Americano.

Após uma recomendação do presidente da época, Epitácio Pessoa, apenas atletas brancos deveriam representar o Brasil no exterior. “El Tigre” ficou de fora da equipe, assim como os demais negros, e o Brasil perdeu o torneio, segundo relembra o Museu do Futebol.

Friedenreich abandonou os gramados após fazer sua última partida no dia 21 de julho de 1935. Ele é lembrado por marcar 1.329 gols até se aposentar aos 43 anos, embora as pontuações não fossem registradas meticulosamente na época. Há debates em andamento sobre o número exato, mas isso o tornaria o maior artilheiro de todos os tempos do futebol.

O jogador passou a trabalhar numa companhia de bebidas. Viveu em uma casa cedida pelo São Paulo até morrer em 6 de setembro de 1969.

Fonte: Revista Galileu

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