Dia da Consciência Negra: 1ª turma de negros formada em medicina na UFRB

Compartilhe com os seus amigos

Alô, Comunidade! Neste Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, vamos repercutir a colação de grau dos veteranos de Medicina da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

São 12 estudantes negros, 41% dos formandos da primeira turma graduada pela instituição, em 29 de agosto.

“Ser da primeira turma traz o ‘peso’ de estar levando a ‘cara’ da UFRB comigo. A missão é fazer com que as pessoas conheçam a universidade e a qualidade do curso de Medicina no mercado de trabalho”, afirma Keline Carvalho, 27 anos, de Amargosa, recém-contratada na terra natal.

A médica Reisyanne Lopes, 30, de Feira de Santana, comemorou a formatura como um ato de resistência.

“A medicina era algo inalcançável porque não é muito comum que uma mulher preta, de família humilde, estudante de escola pública, filha de motorista de táxi e agente comunitária de saúde se torne médica, não é mesmo?”, questionou.

Pesquisa

Num livro publicado neste ano, a pesquisadora Luciana Santana, docente da UFRB,observou que o percentual de estudantes autodeclarados brancos no ensino superior brasileiro é de 38,3%, enquanto os autodeclarados negros, isto é, pretos e pardos, chegava a 30%.

No curso de Medicina da UFRB, o percentual foi de 76,7% – 40% negros; 36,7% pardos. “Acredito que não encontraremos este percentual de negros em outra universidade brasileira, em curso de Medicina”, pondera.

Conquista

“Essa nação sempre foi algoz com a população negra. Para nós, ativistas e militantes da comunidade negra, estamos celebrando uma grande vitória, inclusive, que não imaginávamos que iríamos alcançar”, observa Valdecir Nascimento, coordenadora executiva do Odara Instituto da Mulher Negra.

O que ajudou bastante no resultado foi a Lei de Cotas, que incide nas federais e que garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas universidades e institutos federais a alunos oriundos integralmente do ensino médio público.

Os demais 50% das vagas permanecem para ampla concorrência.

De acordo com Paulo Nacif, ex-reitor da UFRB, não é uma coincidência que os cursos da instituição como um todo apresentem um percentual de alunos negros compatível com o que existe na sociedade brasileira.

“A diversidade racial da primeira turma de Medicina foi um projeto. A UFRB é a única que nasce com uma pró-reitoria de políticas afirmativas e assuntos estudantis”, afirmou.

Informações Jornal Correio


Siga o Comunidade Notícia no Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.