1° diretor negro da Faculdade de Medicina da Ufba é apresentado
Alô, Comunidade! Demorou, mas aconteceu! Pela primeira vez, a primeira unidade de ensino médico do Brasil tem um diretor negro.
Antônio Alberto é o primeiro diretor declaradamente negro a assumir a função na unidade, fundada em 1808.
A Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) apresenta novos nomes como diretor e vice-diretor.
Agora, quem está nos cargos são Antônio Alberto da Silva Lopes e Eduardo Borges dos Reis. A sessão solene ocorreu nesta segunda-feira, 14, às 17h30, no Salão Nobre da Reitoria, com a presença de mais de 350 pessoas.
Antônio Alberto
O novo diretor da FMB, Antônio Alberto Lopes, é graduado em Medicina pela UFBA, clínico, nefrologista e também PhD em ciência epidemiológica, além de mestre em saúde pública pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Na UFBA, já ocupou os cargos de pró-reitor de pesquisa e pós-graduação. Também é membro titular da Academia Bahiana de Medicina, desde 2019, e pesquisador do CNPq.
Em sua gestão ele quer maior integração entre as graduações de saúde, sobretudo Terapia Ocupacional e Medicina, para garantir o ensino multidisciplinar, além de melhor integração das pós-graduações, e trazer metodologias ativas. Uma de suas missões é introduzir uma semana com atividades culturais para a saúde mental do estudante de Medicina recarregar as baterias, que irá acontecer entre 9 a 14 de outubro. Sendo médico e professor reconhecido internacionalmente, uma das suas realizações na gestão será criar um centro de pesquisa internacional voltado para saúde das populações negra e indígena.
A posse da nova diretoria já aconteceu no dia 24 de julho. A sessão solene ontem reuniu autoridades, familiares, alunos e professores para comemorar a ocasião. O Salão Nobre da reitoria, cheio de pessoas, foi tomado pelo aplauso com a presença da nova diretoria que agora marca a história da UFBA. Quem esteve presente e parabenizou ambos pela conquista foi o reitor Paulo Miguez.
De acordo com Ângela Guimarães, secretária de Promoção da Igualdade Racial, ter um homem negro pela primeira vez à frente da FMB é um ato de reparação histórica num lugar em que séculos atrás foi cenário do racismo científico, que desumanizava a presença negra na formação da sociedade brasileira.
“Hoje a gente dá posse a um professor Doutor, Phd, com larga experiência de pesquisa científica de produção acadêmica de ensino nesta universidade, de gestão. É a celebração de um encontro da História desse Estado, desta universidade com a maioria do seu povo, que é a população negra da Bahia. É um ato de reparação histórica, um momento simbólico, é um momento de grande referência para as próximas gerações. É motivo de regozijo, de felicidade”, comemora.
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